Conto Erótico
As ruas são frias,molhadas de chuva cálida. Eu caminho com passos largos, apressados, estou sozinha,submersa na escuridão nebulosa das pedras ladrilhadas da calçada. Sou a única multidão da noite.
Um certo medo prazeroso invade meus pensamentos , sensação súbita de perseguição, passos conjuntos no compasso do meu andar assustado.
Será que há alguém a me seguir? Desejo vil de ter um estranho sedento atrás de mim. A adrenalina emergente do perigo invade meus pensamentos escondidos, fantasio com a situação eminente de um alguém sem rosto sendo puramente gozo no meu rastro. Fetiche o meu, do coito inesperado e forçado.
Diminuo meu caminhar, e no silêncio das gotas gélidas do noturno obscuro sinto a respiração do outro exalando o cheiro do incerto e do instigador ameaçador. E agora? hei de correr ou de me entregar?
Nos delírios errantes desse jogo de lobo mau, eu sei o que ele deseja, e ele deseja a mim, meu corpo frágil, descoberto nesses fluídos arrepiantes de terror sendo arrebatada, consumada nessa fantasia ilegal.
Enquanto afundo meu pensar lascívo nesse imaginário malicioso...Eis que a ruptura do silêncio da noite se fez...
Gritei com o espanto da ferocidade a qual meus membros foram agarrados. O sujeito de encontro a minha luta inutíl de se desvencilhar de seu hálito cheio de maldade.
" Me larga!"..."Socorro"....palavras ecoadas em vão!
A brutalidade instintiva se fez então! O desconhecido oportuno do acaso me rasgou, dilacerou meus panos que cobriam meu pudor.Sua boca salivosa, sedenta de desejo fora de encontro a minha pele assustada, pálida, arrepiada, preenchida dessa cena de horror. Mesclado o meu desespero com a fantasia fugaz realizavél de submissão, possessão e violentação, meu corpo cravaste a luta do desejo perverso da volúpia ao falo desconhecido e agressivo contra o medo da perda de algo que se presava em manter. A moralidade.
Ele me morde,me marca e me abusa sufocando meu grito de dor. Ele me come como um predador imundo e penetra minha intimidade carnal sem ao menos ser convidado, perfura meu sexo, percorre meus seios, transborda seus desejos perversos e converte minha humilhação em seu orgasmo pessoal.
Eu deixei de relutar, fui amordaçada pela violência , forçada a se abrir, a deleitar da minha dor sem dignidade.E quando o gozo sem rosto saiu de mim, o que me restará somente fora meu respirar ofegante e sufocado pelo suor animal de meu invasor brutal.
Estou agora jogada no beco mórbido de uma rua vazia, contaminada em liquidos espessais do prazer alheio e cansada da luta em vão, expelindo o perplexo de meus pensamentos prazerosos do ato penoso...
Eis que surge uma voz que interrompe minha hipnose anestésica do ato lubrico e perverso em questão:
"Amor...Amor?...Fiz direito?
Era assim que você queria? Parecia um estuprador de verdade?
Responde Amor!!!"
FIM.
PRISCILA ZANON
Fiquei sem palvras agoa,Zanon! Adorei este conto que espero ter sido imaginário naturalmente!...Mt criatividade, parabéns!
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